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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Perguntinha básica: Quem é você?

- Quem é você?
- Anderson.
- Não, não é.
- Quer ver minha identidade.
- Gostaria de ver, mas você não seria capaz de me mostrar.
- Mas está aqui no meu bolso.
- Não, não está.
- Olha aqui! ("Que pessoa difícil", penso. Mentira, pensei outra coisa, mas prefiro não escrever aqui).
- Este é o seu documento.
- Sim, claro!
- Perguntei quem é você, não o seu nome.
"Hum, espertinha", penso. "Então lá vai". - Entendo. Então tá:

"Sou tudo e sou nada.
Sou mente e sou corpo.
Sou o que você vê.
Sou ainda mais o que você não vê.

Sou você, sou todos,
Não sou ninguém.
Sou a vida que tive
E a que não vivi.

Sou espelho, reflito você.
Sou você se olhando com olhos que não são seus,
Olhando o que deseja ver em si. Ou não.
Sou o paradoxo, sou a antítese, sou a síntese.

Sou perene, sou fugaz.
Sou não apenas o que sou,
Mas sou principalmente o que serei
E o que já fui.

Assim como o que sou, já era, já fui,
Talvez seja o que serei,
No momento impossível e imaginário,
Em que o futuro se torna passado.

Sou a minha palavra, meus atos,
Meus pensamentos.
Sou meu inconsciente,
Meus sonhos e meus pesadelos.

Nunca serei o que gostaria de ser,
Assim como não sou o que penso ser,
E nem o que vês.
Sou sim, o que quiser que eu seja."

(Ansioso pela repercussão...)

- Hum? Desculpa, eu me distraí e não prestei atenção. Você poderia repetir, por favor?