(Obs.: Aqui você terá o prazer de encontrar conclusões precipitadas e falta de referências, mas uma grande oportunidade para o aprendizado através da crítica. Sdçs)
Com o reajuste do salário mínimo pela inflação mais o percentual da taxa de crescimento do PIB, tem-se um crescimento sustentado da demanda por produtos finais no mercado interno, uma vez que uma grande parte da população tem sua remuneração reajustada pelo salário mínimo.
Este aumento de renda contínuo, associado aos extensos programas de distribuição direta de renda (Bolsa Família), tem acelerado a participação do consumo privado na composição do PIB em uma taxa maior que a de crescimento do investimento em ampliação de produção. Isto pode levar a uma inflação de demanda, ainda que inicialmente moderada.
Se esta regra de reajuste do salário mínimo não pode ser alterada, por ela ter o objetivo de reduzir a desigualdade de renda no país, então outra solução precisa ser encontrada para controlar a inflação, senão o processo inflacionário impedirá que a regra do reajuste tenha o efeito desejado, além da consequentente desestabilização econômica.
A redução dos gastos também poderia vir pela redução dos investimentos, como os envolvidos no PAC. Ainda que estes investimentos tenham uma alta contribuição para a elevação da demanda agregada devido ao seu maior efeito multiplicador, tais investimentos são necessários para a redução de gargalos na infraestrutura nacional e para o aumento da competitividade da indústria nacional. Ou seja,tais investimentos permitem a realização de novos investimentos que aumentaram a oferta e podem vir a contribuir no médio e longo prazo para o controle da inflação, ainda que a pressionem no curto prazo.
Assim, com a regra de reajuste do salário mínimo e os investimentos do governo, tem-se um mercado interno aquecido pelo aumento da demanda da crescente classe média e pela demanda do governo.
A política monetária poderia ser utilizada no sentido de controlar o crédito e estimular a poupança reduzindo assim, o volume de meios de pagamento em circulação.
A redução do crédito é complexa, pois o aumento dos juros leva ao encarecimento do crédito e o aumento do retorno sobre títulos de baixo risco, como os da dívida pública do governo. Com isso, os agentes financeiros percebem menor vantagem em emprestar ao mercado. Contudo, o aumento destes juros também aumenta a propensão à poupança da população de renda mais alta, a qual por não ser responsável pelo aumento da demanda, não trará benefício para o controle da inflação e ainda reduzirá a propensão ao investimento destes agentes. Ou seja, a elevação dos juros seria interessante combinada com a aplicação de imposto específico sobre grandes rendas com investimentos não produtivos, ou seja, que não contribuem para o aumento da oferta.
O mesmo pode ocorrer com o aumento dos depósito compulsórios, exceto caso seja possível fazer distinções entre crédito para investimento e para o consumo, flexibilizando o limite de acordo com a carteia de clientes de cada banco.
A baixa pressão da demanda externa por produtos nacionais devido à crise internacional já permite uma incremento da oferta doméstica de produtos que outras circunstâncias seriam dedicados ao mercado externo.
Estas duas características já estão contribuindo bem para o controle da inflação, ainda sem causar problemas para as reservas cambiais. Contudo, estas características podem mudar de forma considerável devido à instabilidade das principais economias no mundo.
Com isso, se reduziria a pressão pela oferta de tais produtos, logo a redução da pressão sobre seus preços, além de liberar capital e mão de obra (atualmente escassos) para setores prioritários da economia. Ou seja, se reduz a pressão pela inflação de demanda, sem reduzir o ritmo de investimentos e crescimento do PIB, além de criar boas relações com outros países através de parcerias comerciais.
Ainda assim haveria a existência de uma inflação moderada/alta, devido a pressão dos custos das folhas salariais decorrentes dos reajustes e da escassez. Mas se impediria a atual escalada que está emergindo e poderá voltar a sair de controle devido ao contato cada vez mais próximo com a memória inflacionária do país e o risco da intensificação da indexação de contratos.
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